Olá, tudo bem?
Mulholland Drive. David Lynch, 2001
Esse texto vai ser uma surpresa. Planejei uma lista de coisas para dizer, pensei nelas o dia, o mês, a vida inteira. Mas tudo permanece um mistério, porque mais do que as palavras, é o silêncio que me grita por dentro.
Sempre fui das palavras. Até uma vez coloquei no meu blog que eu era uma mulher de palavras. Me lembro que desenhava as letras com os dedos quando ainda não sabia ler, e fiz mais ainda quando comecei: o g serifado, tão incompreensível e inimitável na caligrafia; o A altivo, o R imperador. Me lembro até do dia em que aprendi o ABC da Xuxa na primeira série, lembro que era um papelzinho verde e eu estava no pátio de uma escola escura que não existe mais.
Tudo no mundo se acaba.
Muda-se a dor — em saudade.
Na velhice — a mocidade.
A crença — nos desencantos.
E em ódio a pura amizade:
Tudo se gasta, se afeia.
Tudo desmaia e se apaga.
Como um nome sobre a areia.— Lápide dos Sousa e Castro, Cemitério da Consolação.
Pronto: não existir mais. Acho que talvez essa seja a chave do mistério. Essa semana fui desenhar no Cemitério da Consolação. Fui poucas vezes lá, da primeira eu literalmente achei uma chave no meio da rua, bem em frente ao portão, e a guardei. Anteontem me lembrei disso e decidi me atentar ao chão, como se isso fosse se repetir. Obviamente não aconteceu. Fiz dois rascunhos no meu passeio, mas percebi que, por mais que haja bons escultores e “grandes” personalidades morando ali, algo em mim deve ter morrido, porque não senti muita coisa. O anônimo cemitério da Quarta Parada já me rendeu mais desenhos e vídeos, devaneios, insights. Pode ser que eu estivesse cansada ou aborrecida, foi um dia bem puxado e bom, então desenhar era apenas um resto de tempo a se gastar.
O não existir mais fica para todos os túmulos violados, os séculos entre um enterro e outro, as pessoas que foram enterradas sozinhas e há tanto tempo que ninguém mais vai visitá-las. Não vou entrar aqui na necessidade dos cemitérios e como discordo de quem não se importa com enterros e a memória tumular, porque eu poderia criar uma tese de doutorado sobre isso. Sem dúvida na introdução eu citaria Raquel Rolnik dizendo que as primeiras cidades criadas pelo ser humano foram as necrópoles. O que faz de nós seres sociais, citadinos, são exatamente os cemitérios. Nessa tese também teria Ingmar Bergman, Fritz Lang e Vincent Price.
Mas não é bem sobre a Morte que eu vou falar, e sim sobre o Destino, que também faz parte dela mas segue outro caminho (ou não).
Encontro em Samarra, de William Somerset Maugham
Tais e tais pessoas sabem que leio oráculos no
. Não sei como aconteceu: tudo era apenas uma brincadeira, e foi crescendo, crescendo… Antes eu lia A Cartomante de Machado de Assis com fervor e paúra, e dizia que cartomancia era algo terrível, enquanto me embrenhava em segredo no personare. Depois, percebi que entendia e que sabia ler símbolos, sejam eles do passado, presente ou futuro — e também achei algo terrível, mas continuei. Ultimamente, lendo e me aterrorizando todos os dias e por labor, sinto essa incrível necessidade de não saber. Minha mente quer saber, ela faz as perguntas, como diz Jodorowsky. Mas todo o meu corpo, não só o meu coração, clama pelo mistério, pelo insondável, pelo infinito e pelo impossível. É a gana das palavras que vou moldar a ferro e fogo daqui em diante. Não sei o que vai ser, me aterrorizo e me acalmo. Saber é muito pior.Em Agamemnon, o conhecimento de Cassandra não está limitado a esta capacidade de prever o futuro. Ela possui não só o conhecimento do passado, mesmo o que não foi vivido por ela ou por ela presenciado, como também vê o presente com aguda clareza, conseguindo estabelecer relações entre estes três tempos. Mas o descrédito nas suas palavras as torna inúteis, incapazes de mudar o destino. E o Coro insiste: “estás alucinada e certamente / alguma divindade te domina / entoas um canto desencantado”. Aqui ela é aquela que negou o corpo ao deus e, por isso, perde o dom da persuasão. Cassandra prevê sua morte e as demais mortes no palácio de Agamemnon. Aqui é Apolo o principal deus que guia a clareza de suas palavras na narração do destino dos Átridas.
— Outras Cassandras e as classes perigosas, Verônica Fabrini Machado de Almeida. (a quem interessar possa, a mim não; mas adorei o parágrafo).
Tenho em mim que além de Helena de Tróia, sou Cassandra. Mas os desacreditados do meu agouro não sou os outros: sou eu! Não me acredito. Me sei. É difícil explicar: não acredito, eu sei. Mas por não acreditar, penso que não sei. E por saber, tento acreditar. Sei com minha pele, com meus ouvidos, com meu coração inteiro. Mas minha mente não acredita. Tenho uma lousa de metal repleta de mensagens que me chegam aos ouvidos, sinais que me vejo louca por saber e não acreditar. Alguns deles estão perdidos nesse texto.
Comprei o livro da
, Oráculo, e penso que ele foi uma gota mágica d’água nesse oceano revolto. Eu sabia que ele viria com outra encomenda, e pensei “já pensou se chega junto com meu baralho novo?”. Não. O oráculo de capa vermelha com Apolo e sua lira chegou com ninguém menos que meu par de urubus Corpus edimus, que gravei em julho para o Escambo Gráfico. Perdi a referência, mas algum lugar dizia que urubus, assim como corvos (ambas aves do agouro), podiam também ser associados a Apolo. Na verdade vi que os abutres (que não são sempre urubus) têm ligação com Hades (o que é melhor ainda), mas mesmo assim, se meus urubuzinhos não são apolíneos eu com certeza sou, porque O Corvo é a ave que estampa meu estúdio. Então, Apolo trouxe para mim eu mesma, e essa foi uma surpresa melhor do que eu acertar o palpite de que ele viria com meu tarot.Mais de oráculos de Apolo nesse post com essa linda Cassandra Helena [veja que os brincos de quartzo verde são iguais — nada é por um acaso (mas não planejei, tampouco)]
Percebe? Planejamos, sonhamos, fantasiamos. Mas viver é mesmo melhor do que sonhar. Viver é uma eterna surpresa, porque existir é algo surpreendente. Quem foi a criança que jamais se embasbacou com o Universo? Eu tinha um desejo inexplicável por Júpiter. Hoje em dia prefiro Saturno, com todo o respeito. Como amo a matemática (mais uma surpresa para quem não me conhece direito: fui menção honrosa na primeira OBMEP, era minha ciência favorita na escola, em que eu tinha as melhores notas), vou usar brevemente a teoria dos conjuntos e um pouco de lógica. Se o finito reside dentro do infinito, logo, acredito que o possível reside dentro do impossível, e justamente por isso me sinto extremamente confortável diante do abismo.
Aquele vento gelado da noite, as árvores noturnas que não dizem nada, apenas escondem algo que está por trás delas, os muros que sempre me desafiaram, o silêncio e as portas baixadas às 4 horas da manhã. Paz. Mas não é que eu queira me abster do mistério; eu quero é mergulhar dentro dele: abrir a porta do carro, pular o muro, caminhar de pés no chão escuro e descobrir o que há por trás das sombras das árvores. E ficar por lá, não voltar nunca mais (nevermore).
As danças sagradas passeiam nas sombras,
levando às narinas um ritmo tal
que mesmo em meio ao abismo escuro
poder-se-ia cair sem nem questionar.
— Mia Sodré, Oráculo
Sobre livros comprados, universo e o sem querer, nunca me esqueço de 2013. Saí de casa decidida a comprar O Universo em uma casca de noz, de Stephen Hawking, no Sebo do Messias. Saí de lá com meu — acho que ainda — livro favorito, que nem sabia que existia: O Processo, de Franz Kafka. Me lembro como se fosse hoje: caminhei pelo corredor em direção à estante que estava bem em minha frente. Pareceu cena de O Número 23, do Jim Carrey (eu sou totalmente Walter Sparrow das ideias, aliás). Simplesmente me abaixei e o encontrei. Peguei e nem sei se li a capa. Todo aquele pesadelo que é este livro traduz bem o pesadelo que é a minha mente. E sem fim!
Cito Mia de novo porque ela, oráculo, destino e eu temos conversado bastante. Essa semana ela me mandou a mensagem “abri o instagram e…”
“Se você tivesse que fazer tudo de novo, você faria as mesmas escolhas?”
“Não podemos fugir de quem somos. Nosso destino nos escolhe.”— Matt Damon e Martin Landau. Rounders, 1998.
… no mesmo instante em que publiquei sobre o Destino: “tem sonhos que o Destino sonha pra gente”.
As melhores coisas que me aconteceram não foram planejadas. Quer dizer, a gente planeja. Eu sou uma mente ansiosa e analítica, matemática. Probabilidade é algo que dança na minha cabeça até quando estou dormindo (essa semana eu estava discutindo com um motorista de aplicativo no meu sonho, sobre a história das glebas do meu bairro; no outro, estava contando as horas para uma viagem repentina e me lembro de calcular “6 horas de ida + cerca de 1h30 até a minha casa + 6 horas de volta, e chegar ainda no dia 3” 🤪), então planejo tudo que posso para saber como reagir. Mas me aconteceu recentemente uma eureka: não tenho medo da atitude alheia, meu medo real é da minha reação. Por isso tanto ensaio.
Desejei ser arqueóloga, no ensino médio. Como é um caminho muito estreito (e na época apenas acessível para classe mé(r)dia e além), e eu por vezes muito prática, decidi tentar a História. O Destino me sonhou: não deu certo duas vezes, mas na terceira não só consegui com bolsa 100%, como me matriculei no dia do meu aniversário. Lembro de estar sentada num banco azul com fones de ouvido e a rádio sintonizada na KissFm. Tocava Lady Jane, dos Stones. Até hoje essa é uma pérola na minha ostra de memórias.
This play is run, my love
Your time has come, my love
I pledge my troth to Lady Jane
Oh, my sweet Marie
I wait at your ease
The sands have run out
For your lady and me— Lady Jane. Rolling Stones, 1966.
Em 2014 comecei o curso técnico em Museologia, porque queria fugir do Destino dito como incontornável para uma pessoa licenciada, que é a escola. O corpo docente e a organização do curso eram péssimos, e eu desempregada. Falei comigo mesma e talvez para alguém “se eu não conseguir estágio até o fim do segundo semestre, vou desistir”. Certa tarde, passando pelo Poupatempo (o assombro sincronístico em escrever essas palavras “poupa Tempo” neste mesmo instante) de Itaquera, me vi lendo cartazes contando a história do bairro e a etimologia do nome. Etimologia é meu vício, li com fome de saber e adicionei a página que criou a arte no facebook. Não passou um dia e fui contatada por quem viria a ser meu chefe pelos próximos 5+1 anos em duas instituições museológicas. A partir de um cartaz informativo, exerci a museologia em diversos graus, e mais (porque não para nunca por aí!): em 1992, enquanto eu nascia, papai trabalhava na rua em que, 29 anos depois, eu colaborava na criação de um museu. E conheci no Ipiranga (!) o neto já idoso de quem deu nome a essa rua, esse neto sendo uma pessoa que mora em Olinda. Mais ainda que isso, esse ex-chefe, hoje amigo, me indicou uma artista que me ensinaria os fundamentos do desenho e gravura, hoje amiga também, e também residente no Ipiranga!
Em 2010, quando queria ser arqueóloga, jamais pensei em ser artista. Em 2015, quando fui trabalhar em um museu, jamais pensei em ser artista, ou em trabalhar na rua em que papai trabalhava quando nasci. Demorei 23 anos para conhecer o Ipiranga. Hoje praticamente não saio de lá. Em 2023 sou tudo o que jamais pensei. E se eu tivesse tentado a arqueologia? E se eu tivesse engolido a minha gastrite nervosa e meu floydianismo e fosse dar aulas em qualquer escola pública do meu bairro? Quem seria eu hoje? Impossível. O Destino me sonhou. Io sono io.
Sail to me, sail to me
Let me enfold you
Here I am, here I am
Waiting to hold you
Did I dream you dreamed about me?— Song to the siren. Tim Buckley, 1970.
Em uma das aulas de gravura com Maria, ela me indicou o livro A Nuvem do não saber, que comecei e deixei para depois. Lembro que a nossa conversa tinha a ver com estarmos em tal ponto da vida que não sabemos para onde vamos, mas sem dúvida sabemos que não vamos retornar, e só resta seguir em frente — continuar mesmo sem saber. Lendo sobre o livro — porque não dá Tempo de terminar o livro para esse boletim —, encontrei e traduzi trechos que fazem parte desse grande mistério que é a vida:
O livro aconselha o jovem estudante a buscar Deus, não por conhecimento e intelecto (faculdades da mente humana), mas a partir de contemplação intensa, motivada por amor, e despida de todo pensamento:
Pela primeira vez em que você [elevar seu coração a Deus com estímulos de amor], você encontrará apenas escuridão, como se fosse uma nuvem do não saber [...] O que quer que você faça, essa escuridão e a nuvem estarão entre você e seu Deus, te impedindo de vê-lo claramente pela luz do entendimento em sua razão e de experienciá-lo na doçura do amor em seus sentimentos. [...] Então se prepare para permanecer nessa escuridão o quanto puder, sempre implorando por ele seu amor; e se você por acaso senti-lo ou vê-lo… deve ser sempre nessa nuvem e nessa escuridão.
Então recomendo a você, vá atrás de experiência em vez de conhecimento. Por causa do orgulho, o conhecimento muitas vezes pode te enganar, mas essa afeição gentil e amorosa não te enganará. Conhecimento tende a gerar presunção, mas o amor edifica. Conhecimento é cheio de trabalho, mas o amor, repleto de descanso.
Há muito Tempo venho repetindo a máxima de Alejandro Jodorowsky: “o cérebro faz as perguntas, o coração dá as respostas”. Pois aí está. Publiquei este vídeo no boletim anterior, assim como outro com este trecho:
Alguns dizem que a arte deve ajudar o homem a conhecer o mundo, como qualquer outra atividade intelectual. Não acredito nesta possibilidade de conhecer, sou quase um agnóstico. Conhecer nos distrai do nosso propósito de vida, quanto mais sabemos, menos sabemos. Se aprofundar estreita nossos horizontes. Arte enriquece as capacidades espirituais do homem, e ele pode então elevar-se em si mesmo, e utilizar-se daquilo que chamamos livre-arbítrio.
— Andrei Tarkovsky: A poet in the cinema. 1983
É como ouvir música. Quando colocamos o disco ou playlist para tocar, na ordem, sabemos exatamente o que vamos ouvir. Se ligamos o rádio, é uma caixinha de surpresas. A música favorita que toca nos trazendo reminiscência, puxa vida, tem um sabor que o disco e um concerto não conseguem reproduzir. É um mistério. Uso muito a música para a minha espiritualidade, seja ouvindo ou dançando. É um frenesi dionisíaco, sem dúvida alguma. Tanto, que não consigo ficar mais que um segundo de olhos abertos: ver me desequilibra, eu preciso do escuro para dançar. Porque o escuro é infinito e intocável, e me abraça de tal forma que é quase impossível que eu caia.
Eles me querem preocupada e distraída, e não lhes importa como. Pois, com minha atenção errada e minha tolice grave, eu poderia atrapalhar o que se está fazendo através de mim. É que eu própria, eu propriamente dita, só tenho mesmo servido para atrapalhar. O que me revela que talvez eu seja um agente é a ideia de que meu destino me ultrapassa: pelo menos isso eles tiveram mesmo que me deixar adivinhar, eu era daqueles que fariam mal o trabalho se ao menos não adivinhassem um pouco; fizeram-me esquecer o que me deixaram adivinhar, mas vagamente ficou-me a noção de que meu destino me ultrapassa, e de que sou instrumento do trabalho deles. Mas de qualquer modo era só instrumento que eu poderia ser, pois o trabalho não poderia ser mesmo meu. Já experimentei me estabelecer por conta própria e não deu certo; ficou-me até hoje essa mão trêmula. Tivesse eu insistido um pouco mais e teria perdido para sempre a saúde.
— O Ovo e a Galinha. Clarice Lispector.
Todos devem gritar que construiremos uma pirâmide, não importa se não a
construirmos! O que importa é alimentar os desejos. Temos que tirar a alma de todas as partes como se fosse um lençol que cobre o infinito...A liberdade é inútil se não tem coragem de olhar com os olhos da cara e de comer conosco, e de beber conosco, e de dormir conosco! Os assim chamados sãos, foram os que conduziram o mundo para a catástrofe.
Perceba que falei que o Silêncio gritava, mas falei tanto. Na verdade, escrevi todas essas palavras para manter em Silêncio minha experiência tanto com Stalker como com Nostalghia. Aqui, a Palavra é um sacrilégio. É o sacrifício do Silêncio, e já deixo aqui uma pista para outra coisa a contemplar.
E o Estúdio, como vai?
Vendi descanso de copos Memento Mori, e agora tem opção para caneca de 370ml e shot de 50ml :-) Como os chocolates da Débora são puro chocolate, a condição é ótima e firme, e é possível até vender para cidades próximas de São Paulo. Para isso, usamos o cálculo do Sedex no Melhor Envio e você vê se o frete compensa. Os kits contém: chocolate, paninhos de crochet e a caneca ou shot de vidro. Chame a gente nas DMs do instagram, ou responda a essa newsletter para mais informações.
Caneca:
Shot:
Com a Débora também realizei o sonho das amigas Fatima e Sueli de Copacabana (eu sou a Fátima, e ela a Sueli), e ela fez e eu embalei docinhos de um casamento que aconteceu no Eclipse. Foi divertidíssimo e ainda viajei para uma cidade vizinha muito alegre e contente.
Depois de todo esse fuzuê de parcerias, vou voltar para meus cadernos e bordados. Vai sair mais Tolkien esse mês, e você pode encomendar o seu caderno. Me diz um tema possível de bordar e encadernar que vou ser bem Penélope agente do Destino (aqui as parcas Clotho, Lachesis e Atropos), e vou fiar símbolos para ti.
Ainda enamorada deste precioso:
A lojinha da Shopee foi feita. Agora é entender como funciona, divulgar os produtos e vendê-los!
Estou fazendo um curso de Calendário criado no LaTex, no Sesc 24 de Maio. Espero que dê Tempo de criar novidades para 2024 :-) Fico muito feliz em sair de lá toda quarta-feira com o Tempo nas mãos. É como passear com Saturno, que sempre me acompanha e me guia.
Vou entrar num recesso de uns quinze dias, e nas fendas desse Tempo organizar melhor meus trabalhos, pois percebi que é muita função para esse Gato Félix das artes poder dar conta respeitando cada cliente.
(Meu deus para cada letra que eu desenho tem uma referência kkkkkkk que diabo é isso)
Quanta referência boa nessa edição. ❤️
"Ultimamente, lendo e me aterrorizando todos os dias e por labor, sinto essa incrível necessidade de não saber. Minha mente quer saber, ela faz as perguntas, como diz Jodorowsky. Mas todo o meu corpo, não só o meu coração, clama pelo mistério, pelo insondável, pelo infinito e pelo impossível. É a gana das palavras que vou moldar a ferro e fogo daqui em diante. Não sei o que vai ser, me aterrorizo e me acalmo. Saber é muito pior."
Fui pega nesse trecho ♥